REDENÇÃO:
O Padre suplica,
Na busca urgente
Da minha salvação.
Os sorrisos do director são
Uma ameaça de cova,
Eles prevêem o meu destino:
Um frango assado.
A última refeição
Tão doce e dolorosa.
Provar a essência
Enquanto ela se ausenta.
Reminiscência derradeira,
Debaixo do céu aberto.
Sem ter a oportunidade
De reviver esta vida.
Eles vêm para o sacrifício,
Conduzem-me nos metros finais
Que em quilómetros se transformam
Uma porta gigantesca me espera.
- Meu Deus, eu quero chorar!...
É medonha e muda,
Esperando o meu peso.
Anjos cantam, demónios rogam.
Pesares demasiados,
Alegrias de menos.
Sinto, a hora chegando,
A madeira grita o meu nome.
Os membros presos com ferros, enquanto
A visão é finalmente obscurecida.
Escassos momentos preciosos,
Por um instante,
O mundo cessa.
Paixões se incendeiam.
Uma última petição,
- Meu Deus!
Arlindo Costa
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